Vida de Santa Gema

"Jesus; eu quero chegar com minha voz até os últimos confins do universo para alcançar a todos os pecadores e gritar para que entrem todos dentro de teu coração "

Este é a mensagem que Santa Gema deixa ao mundo inteiro.

Estas palavras refletem o que foi toda a vida de nossa santa: um constante oferecer-se a si mesma ao Senhor, como vítima, para atrair assim a muitos de volta ao coração de Jesus, de volta a vida da graça e a evitar o pecado.

buscava a restituição dos corações.

Nasce esta "jóia do céu " (como a chamou o pároco de Gragnano), no dia 12 de março 1878, em Camigliano, Itália, no povoado de Borgonovo de Capannori.

Seus pais, Dom Enrique Galgani, [farmacéutico] e Dona Aurelia Landi, tiveram 8 filhos (Carlos, Guido, Hétor, Gino, Antonio, Angelina e Julita), deles, Gema foi a quarta a nascer e a primeira menina da família.

Quando iam dar-lhe seu nome, um tio dela propôs que a chamassem "Gema", mas sua mãe no estava de acordo.

Não havia nenhuma santa que se chamasse assim e sua filha no teria protetora no céu.

Sem dúvida Dom Olivio Dineli, o pároco de Gragnano, que estava presente na discussão, disse unas palavras que resultaram proféticas:

"muitas gemas há no céu, esperemos que também ela seja um dia outra gema do Paraíso".

Ao dia seguinte, 13 de março, a batizou Dom Pedro Quilici, pároco de São Miguel de Camigliano, com os nomes de Gema Hipólita Pia.

Santa Gema viveu só um mês em Camigliano já que seus pais decidiram mudarem-se a Lucca, onde viveu o resto de sua vida.

Desde muito menina Gema mostrou sinais de santidade.

Quando tinha quatro anos, estava de visita na casa de sua avó, quando um dia, esta ao entrar em seu quarto, a encontrou de joelhos frente a uma imagem da Virgem.

A avó correu a chamar ao tio, quem a contemplou por largos minutos; logo lhe disse: " Gemmita!

O que estas fazendo ?. a menina, sem importar-se, respondeu:

"Estou rezando o Ave Maria. Saia que estou em oração".

Desde esta terna idade, a oração era já para ela o sustento de sua vida e de suas virtudes.

Nos poderíamos perguntar: Quem ensinou a Gema a amar a Jesus e a Maria ?.

Sua primeira e grande mestra na escola do amor a Jesus foi sua mãe, Dona Aurelia, quem colocou no coração de sua filha o que seria o distintivo especial de toda sua vida:

Seu amor a Cristo Crucificado, do que chegaria a ser como imagem viva, e a Santíssima Virgem, que fez sua santidade tão doce e atraente.

Disse Santa Gema: "do primeiro que me recordação é que minha mãe, quando eu era pequena, costumava a tomar-me em braços e, chorando...

Ensinava-me um crucifixo e me dizia que havia morrido na Cruz pelos homens "

Havia também, entre elas, diálogos como este: "filha minha - me dizia mamãe- eu morrer é certo e terei que te deixar.

Se pudesse te levaria comigo. Gostaria vir?".

- " E aonde vamos?", lhe perguntava eu .

- "Ao Paraíso com Jesus e com os anjos."

Dona Aurelia, sabendo que sua morte estava próxima, só fez dizer: " Que coisa melhor posso fazer antes de morrer, que confiar minha menina ao Espírito Santo?.

Assim, quando eu falte, saberei quem cuidará dela".

A preparou, pois, para a Confirmação, que recebeu apesar de ser ainda muito pequena (tinha sete anos), no dia 26 de março de 1885, das mãos do Arcebispo de Lucca, Monsenhor Nicolás Ghilardi.

Durante a Missa se desenvolveu entre o Espírito Santo e Gema este diálogo:

-De repente, uma voz me disse ao coração : -" Queres dar-me a tua mamãe?"

- "Sim", respondi, "mas levai-me também a mim".

- "Não", me replicou a voz, "dai-me generosamente a tua mamãe.

Tu deves ficar por hora com o papai.

Levarei a tua mamãe ao céu; me a entregas de boa vontade?".

Tive que dizer que sim. Acabada a Missa fui correndo a casa.

Deus meu! olhava a mamãe e chorava, não podia conter-me.

Dom Enrique, temendo que a menina não pudesse suportar a pena de ver a sua mãe morrer, a enviou a casa de uma tia em São Genaro.

Dona Aurelia morreu santamente aos 39 anos o 17 de setembro de 1885. Suas últimas palavras foram:

"Ofereço a Deus o sacrifício de minha vida, para que me conceda reconhecer um dia a todos meus oito filhos no Paraíso."

Mãe por Mãe:

Com a morte de sua mãe, tudo mudou para Gema: "Estando na casa dos tios, disse, cambiou totalmente minha vida.

Encontrei-me com uma tia que no se parecia em nada minha mãe.

Era religiosa e boa, mas... como achava de menos o tempo em que mamãe rezava comigo!".

Se pôs, então a buscar outra "mamãe", e a encontrou na mãe de Deus:

"Ao perder a minha mãe terrena me entreguei à mãe do céu. Prostrada ante sua imagem, lhe disse: `

Maria !, já não tenho mãe na terra; se vós desde o céu minha mãe`".

E como boa mãe que és, a Virgem Santíssima acolheu a Santa Gema como filha.

" Oh, quantas vezes -disse a santa - depositando em minha mãe do céu as angustias e penalidades de meu coração aflito, ela me consolava!

Se; eu me recordo de que me achando nas maiores angustias, órfã de mãe na terra, me estendeu carinhosamente os braços a mãe do céu...." quão boa se me tem mostrado sempre esta celestial mamãe!

O que houvera sido de mim se não a houvera tido.

Me tem ajudado em minhas necessidades espirituais, me tem preservado dos perigos, me tem livrado do poder do demônio, que sempre vêem a molestar me...e, finalmente, me tem ensinado a conhecer e amar a Jesus, a ser boa e a agradar-lhe.

Oh, queridíssima mamãe, te amarei toda minha vida!".

Primeira Comunhão:

Para Santa Gema, a Eucaristia era o centro de sua vida.

Este desejo de receber a Jesus na Sagrada Hóstia ia aumentando enquanto passavam os anos.

Se bem era certo que já estava Confirmada, não podia receber a primeira Comunhão já que no tinha a idade requerida nesse momento para receber o Sacramento.

Santa Gema tinha 9 anos.

Foi seu confessor, o Bispo de Lucca, Monsenhor Volpi, quem conhecendo o desejo tão grande de seu coração, lhe disse a seu pai que se não lhe desse a permissão para receber a Comunhão, Gema morreria de dor.

Foi assim que Dom Enrique deu o permissão para que as religiosas do Colégio de Santa Zita, onde Gema assistia, a preparar-se para receber este Sacramento.

Imediatamente começou um retiro de 15 dias com as demais meninas do colégio.

Disse Santa Gema: "Apenas me vi no convento me enchia de felicidade.

Corri a capela a dar graças a Jesus e lhe pedi com grande fervor a graça de preparar-me bem para a primeira comunhão".

Uma das religiosas Zitinas, Sor Camila Vagliensi, que havia analisado as qualidades absolutamente excepcionais de Gema, começou a explicar lhe sistematicamente a Vida, paixão e morte do Senhor.

A menina se compenetrava de tal modo com o relato que chegou a experimentar um dor profundo.

Em grau tal que uma tarde teve uma febre altíssima.

A professora, alarmada, interrompeu seu relato da Paixão.

Fez confissão geral três vezes sucessivas com MonSenhor Volpi, quem seria seu confessor habitual.

chegou, por fim, o dia tão esperado, 17 de junho 1887, festa do Sagrado coração.

As vivencias de Santa Gema só ela as pode explicar: "me sinto incapaz de descrever a experiência daquele encontro.

Nesse momento compreendi que as delicias do céu não são como as da terra.

Me sentia cada vez mais desprendida do mundo e mais disposta para a união com o Senhor.

Aquela mesma manhã Jesus despertou em mi um grande desejo de ser religiosa".

A raiz da primeira Comunhão se afiança a vocação de Gema.

Ela mesma o afirma: "sentia desenvolver-se em mim um ardente desejo de padecer e de ajudar a Jesus a sobrelevar a Cruz".

Jesus se encarregou de ir a desprendendo inexoravelmente de todo afeto humano, ainda dos mais legítimos...

Em 1894 morre seu irmão Gino, a quem Gema amava muito.

Tinha 18 anos e se preparava para ser sacerdote.

Em 11 de Novembro de 1897 Gema deve suportar a prova do terceiro, terrível e inexorável desprendimento: seu papai morre, de câncer na garganta.

Isso acarretou a quebra econômica da família.

Até tal extremo que os credores, apenas morto Dom Enrique, se precipitaram como chacais sobre a casa Galgani para apoderar se até dos últimos despojos.

Gema confidenciaria logo, tremendo ainda ante o recordação daquela cena inumana: "chegara até a colocar as mãos nos bolsos levando-se as cinco ou seis moedas, apenas uns centavos, que eu guardava comigo".

Depois do enterro de dom Enrique, os filhos começam a se separar.

Hétor emigra ao Brasil, onde morre. Guido abandona a prática religiosa e interrompe seus estúdios de farmácia em Pisa, que mais tarde conclui.

Julia e Angelina se ficam com as tias Elena e Elisa.

Gema e Antonio se refugiam em Camaiore com os tios Carolina Galgani e Domingo Lencioni.

Em Camaiore transcorre um ano na vida de Gema, e não lhe deixa boa recordação: "A tia nos levava a Missa todas as manhãs.

A Comunhão a fazia poucas vezes porque não gostava de confessar me com outro que não fosse MonSenhor (Volpi, de Lucca).

Nesse tempo comecei de novo a afastar-me de Jesus, a descuidar a oração e a amar as diversões.

A tia tinha outra sobrinha -Rosa Barteleni.

Se fez muito amiga minha e com ela ia em perfeito conhecimento em minhas travessuras.

A tia nos deixava sair sozinhas. E bem me dou conta de que se Jesus não houvesse usado comigo de tanta misericórdia haveria caído em pecados graves.

O amor do mundo começou a apoderar-se pouco a pouco de meu coração; mas Jesus veio outra vez em minha ajuda".

Gema tem 20 anos, e neste momento Jesus permite uma enfermidade grave para que Gema retorne a Ele com todo seu coração e nunca mais se distraia com as coisas do mundo.

"De repente comecei a andar triste e a sentir dores dos rim.

Resisti durante algum tempo, mas como a coisa ia pior, pedi permissão a tia para regressar a Lucca".

Por pudor quis resistir um pouco mais sem avisar ao médico, mas as tias o mandaram a chamar e de improviso se apresentou e a examinou.

Seu diagnóstico foi osteíte nas vértebras lombares com sucessivo abscesso frio nos inguinais.

Ficou paralítica de ambas ss pernas. Em 28 de janeiro de 1899 teve uma dor insuportável na cabeça, fruto de uma otite purulenta aguda com participação do mastóide.

Os médicos, vendo que os remédios no produziam melhora e que a enfermidade avançava, a desenganaram; só por obrigação acodem de quando em quando a vê-la.

No dia 8 de Dezembro, festa da Imaculada, Santa Gema, relata com desgosto... "Disse a Jesus que não rezaria mais se não me curasse.

E lhe perguntei que pretendia tendo-me assim.

O anjo da guarda me respondeu: -Se Jesus te aflige no corpo é para purificar cada vez mais teu espírito ".

Sua antiga professora, sor Julia Sestini, lhe contou a biografia de um jovem Passionista, chamado Gabriel das Dores de Nossa Senhora.

Uma senhora piedosa, Cecília Giannini, começou a praticar uma obra de misericórdia com Gema;

Um dia a visitou, e para que se distraísse lhe emprestou a biografia de Gabriel da Dolorosa, escrita por um desconhecido P. Germam de São Estanislao, C.P. como são as coisas do Senhor !.

Estas duas pessoas seriam para Santa Gema, nos últimos anos de sua vida dois grandes presentes de Deus.

Dona Cecília seria quem cuidaria dela, e estaria ao proxima de seus êxtases e experiências místicas e o P. Germám seria o diretor espiritual que o mesmo Senhor lhe enviaria para que guiaria sua alma e para confirmar logo a autenticidade de sua vida.

Disse Santa Gema: "Tomei o livro com desprezo e o coloquei debaixo da almofada...

Um dia estava sozinha.

Me sobreveio uma forte tentação, e me dizia para mim que estava aborrecida de tudo.

O demônio se valeu disto para tentar-me, dizendo-me que se quisesse me curaria.

Estive a ponto de sucumbir.

Mas de repente me veio uma idéia; recorri ao Venerável Gabriel e lhe disse: primeiro a alma, depois o corpo".

Superada esta tentação, começou a ler o livro da vida do Venerável Gabriel e fica maravilhada.

Não se cansa de admirar suas virtudes.

Quando dona Cecília voltou para pegar seu livro, custou muito a Gema devolve-lo. Aquela mesma noite, "Me apareceu (Gabriel) vestido de branco.

Não o reconheci....tirou a túnica branca e apareceu vestido de Passionista.

Me disse: "Iras ver que tem sido agradável teu sacrifício.

Eu mesmo vim ver você. Procura ser boa e voltarei."

Em outra ocasião lhe apareceu de novo o Santo Gabriel e desta vez lhe disse que fizesse um voto de fazer se religiosa, mas que não adiantaria mais nada.

" E por quê?"-lhe perguntei.

"Me sorriu e me olhou. Me pôs o escudo Passionista e repetiu: `Irmã minha...`, e desapareceu."

Sua saúde piorava, e lhe sugeriram que pedisse a Beata Margarida Maria pelo milagre de sua cura.

Ela iniciou a novena ao Sagrado Coração várias vezes, mas sua debilidade não lhe permitia que continuasse.

No dia 23 de Fevereiro de 1899, recomeça a novena, e na noite do dia 1 ao 2 de março ocorre isto:

Faltando alguns minutos para a meia noite, Gema escutou o roçar das contas de um rosário e sentiu uma mão que lhe posou na fronte, a voz que estava a rezar lhe perguntou:

- Queres curar-te?.

-"Tudo me dá no mesmo", lhe respondi.

-Te curarás. Rogai com fervor ao Sagrado Coração...

-" E a Beata Margarida?", perguntei.

-"Rezai em sua honra três vezes o 'glória'". (A Beata Margarida é hoje Santa Margarida Maria )

"No penúltimo dia da novena queria receber a Comunhão, já que terminava na primeira sexta-feira do mês de março.

Comunguei muito fervor. Que momentos tão delicioso passei com Jesus !

Me repetia :- ' Queres curar-te?'. Não pude dizer pela emoção. Estava curada!".

Ao amanhecer do dia 2 de março se levantou com seus próprios pés e toda a família ao vê-la chorava de alegria ante aquele milagre de Deus.

Este milagre é a anti-sala de outras grandes graças que Santa Gema receberia durante sua vida.

Seu amor por Cristo crucificado e seu desejo de ser só para Jesus a levariam cada vez mais a oferecer-se ao Senhor como vítima de amor.

O Senhor ia preparando Santa Gema, através do crisol do sofrimento, para derramar nela graças e "jóias", que nunca ela imaginou, pudesse Ele conceder-lhe.

E quanto longe estava de pensar que esse Cristo crucificado a quem tanto amava, muito certo a iria converter em um retrato vivo de si mesmo !.

No dia 8 de junho 1899, vespera da festa do Sagrado Coração, depois de haver sido rejeitada em várias comunidades religiosas a causa de sua frágil saúde, Jesus a eleva neste dia a categoria de "vítima ".

Disse Santa Gema:

Depois da Comunhão, Jesus me avisou de que pela tarde me daria uma graça.

Disse ao Monsenhor Volpi, e este me disse que estivesse atenta e que lhe contasse logo".

Chegou a tarde. De repente me assaltou uma forte dor de meus pecados.

Depois me senti recolhida... Ao recolhimento sucedeu a perda dos sentidos e me achei em presença de minha mãe Celestial e do anjo da guarda, que me mandou fazer um ato de contrição.

Depois minha Mãe me disse: -"Filhinha, em nome de Jesus te sejam perdoados teus pecados.

Meu Filho te ama muito e querer dar-te uma graça muito grande.

Serás digna dela... Eu serei tua Mãe.

Irás mostrar-te uma verdadeira filha."

Me cubriu com seu manto, e nesse instante apareceu Jesus.

De suas Chagas não saia sangue mas chamas de fogo, que vieram até minhas mãos, pés e peito.

Acreditava que ia morrer e teria caído ao solo se minha mãe não me tivesse sustentado.

Permaneci assim várias horas. Depois minha mãe me beijou na fronte, desapareceu e me achei de joelhos.

Continuava sentindo uma dor forte nas mãos, pés e peito.

Me levantei para recostar me, mas notei que destas partes manava sangue..."

Santa Gema, a vítima de Jesus, comença a "suprir em sua carne o que lhe falta a Paixão de Cristo".

Este fenômeno se repetirá nas tardes de segunda a sexta, todas as semanas.

Para dissimular as chagas usa mangas. Seu confessor habitual, Monsenhor Volpi lhe disse que não se deixasse ver as mãos porque as pessoas poderia rir dela.

Em efeto Santa Gema sofreu o desprezo, ironia e o escarnio de muitos ainda quando caminhava pelas ruas de Lucca.

A tinham por uma farsante e uma histérica.

Lhe gritavam insultos e zombarias pelas ruas.

Isto tão só por sua radical entrega a Jesus e sua piedade.

Na realidade não manifestava nada de histeria.

Assim começa para Santa Gema uma vida de incomprensão verdadeira mente de acordo a vida de nosso Senhor, que também padeciou todo isto por nós.

Este é a alegria e aliciente de Santa Gema, que cada vez se parece mas a Jesus, e em toda ocasião na que é humilada lhe da graças ao Senhor que lhe permite compartir sus sofrimentos.

Seu próprio confessor, Monsenhor Volpi, dúvida da veracidade dos estigmas e pensa que é obra da histeria.

Isto fere muito o coração de Santa Gema mas tudo aguenta por amor a aquele que sofreu tudo por nós pecadores.

Recolhida pela caridade da familia Giannini:

No mês de junho de 1899, Santa Gema conhece os Passionistas em uma missão que pregavam em Lucca.

Ao ver lhes reconhece neles o hábito de São Gabriel da Dolorosa e em seu coração escuta ao Senhor que lhe disse:

"Tu serás uma filha predileta de meu coração ".

Se confessa com um deles, mas é tanto o que Santa Gema lhe começa a dizer que o sacerdote lhe disse que lhe iria ver na casa da família Giannini, onde sempre se hospedavam os Passionistas.

Esta é a porta de entrada para Santa Gema.

Os Giannini eram uma família de extraordinária fé.

Acolhiam em sua casa como família aos sacerdotes e outras almas boas.

Disse o Papa Pio XII "No ano 1899 a extraordinaria piedade e modestia de Gema despertou tão grande admiração na piedosíssima família apelidada Giannini, de Lucca, que decidiu acolhe-la em sua própria casa e considerá-la como filha".

Assim o expressa o mesmo Dom Mateo, que depois de haver escutado a sua irmã dona Cecilia, lhe disse que receberia Gema como a uma filha;

E assim foi efetivamente. Santa Gema se converteu na décima primeira filha, e todos a amavam.

Ela por sua parte lhes servia com extraordinario amor.

Todos sabiam que Gema era um alma especial, mas quem esteve em maior contato com ela foi a senhora Cecilia a quem Santa Gema considerava como sua melhor confidente.

A senhora Cecilia tinha 52 anos.

Permaneceu solteira e morreu no ano de 1931.

Era uma mulher de caráter, empreendedora, trabalhadora e devota.

Em suas relações com Gema segue ao pé da letra as diretrizes dos confessores com tal fidelidade, que o anjo da guarda dirá a Gema:

"Nenhuma pessoa pode fazer minha vez melhor do que ela".

Presentes de Deus:

Conversando com a senhora Cecilia, Gema ouve falar do padre Germam de São Estanislao, e pede a Jesus que o mostre e o Senhor o faz em um extase e lhe disse que este é o sacerdote que guiará sua alma.

Efetivamente o padre Germam se converte no confessor e diretor extraordinario de Gema, que é testemunha das obras de Deus em sua alma.

Muitos fenômenos relacionados com a paixão se deram na vida de Santa Gema; além dos estigmas, teve suor e lágrimas de sangue.

A viram padecendo a flagelação.

Recebeu um presente que apreciou com todo seu coração.

Seu anjo da guarda um dia lhe mostrou duas coroas e lhe pediu que escolhesse a qual ela quisesse, e ela escolheu "a de Jesus".

Santa Gema tinha uma relação muito particular com seu anjo da guarda, que sempre lhe acompanhava e lhe protegia, e inclusive muitas vezes lhe servia de "carteiro", levando suas cartas ao padre Germam.

Asseguram que também tinha o dom de ler os corações e que em várias ocasiões disse a vários religiosos que abandonariam a religião, coisa que sucedeu mais tarde, confirmando este dom de seu coração.

Na casa dos Giannini havia um crucifixo grande ao que toda a família tinha grande devoção.

Também Gema em muitas ocasiões lhe fazia pequenas "visitas", orando em frente dele.

Um dia, na hora em que Gema preparava a mesa, lançou os olhos a seu Jesus e lhe disse que tinha fome e sede dEle.

Sente vontade de dar um beijo na imagem, mas não alcança porque estava alta.

Jesus lhe sai ao encontro.

Desprendendo um braço da cruz, a atrai, a abraça muito carinhosamente, permitindo lhe apagar sua sede na fonte viva de seu coração aberto.

Qual é a atitude do coração de Santa Gema ante tantos feitos extraordinários? Gema se mantem em humildade e modéstia.

Em nenhum momento permite que o orgulho se apodere de seu coração, escrevia ao padre German: " quanto tive rogado a Jesus que me leve pela via comum!"

Furiosa Guerra Infernal:

Jesus disse certo dia a Gema: "Prepara-te, pois o demônio será quem dará a última mão a obra que em ti desejo executar".

E estas palavras do Senhor se cumpriram ao pé da letra.

O demônio detestava Gema; lhe dava golpes, a tentava contra a pureza com pensamentos e imagens sugestivas e grotescas;

Tratava de impedir que comungasse e inclusive chegou a aparecer sob a aparência do mesmo Jesus.

Por todos os meios tratava de privá-la de direção espiritual, insinuando-lhe coisas más a respeito de seus confessores, ou fazendo-se passar por eles.

Era uma guerra constante e continua que durou até sua morte.

Era de esperar esta guerra da parte do demônio já que seriam muitas as almas que se beneficiariam dos sofrimentos e orações de Santa Gema, e mais ainda, ela só queria conformar se com a vontade de Deus para sua vida.

Isto fazia que o demônio se revoltasse de raiva, porque não podia vence-la.

Tanta era a raiva que sentia quanto a pureza de Santa Gema que um dia a tentou visivelmente, de tal modo que, não podendo fugir dele, fez o sinal da Cruz e se lançou em um poço de água gelada no jardim.

Seu anjo a tirou e a felicitou por seu grande amor a pureza, por sua valentia e por seu triunfo.

Em outra ocasião, quando a santa, por ordem do padre Germam, escrevia sua vida: "dando-se conta o demônio do fruto que podia fazer (o livro de sua vida), o roubou gritando:

` Guerra, guerra a teu Pai !, teu escrito está em minhas mãos `;

E pulava e se revoltava no solo da satisfação."

O padre Germam, inteirado por uma carta de Gema, foi ao sepulcro de São Gabriel da Dolorosa e ali, leu os exorcismos, ordenando ao demônio que devolvesse o manuscrito a seu lugar.

O demônio o devolveu todo chamuscado, ainda que perfeitamente legivel, como se conserva todavia hoje no Convento dos Passionistas de Roma, produzindo uma enorme impressão em quantos o veem.

Escreve a santa: "O demônio me faz sofrer muito, mas sempre terminam por vence-lo Jesus e Maria, ou o anjo ou São Paulo da Cruz ou o São Gabriel;

Sempre são estes três." Se vissem como escapa tão logo como se apresenta algum deles !.."

Padre!... Vou com Jesus:

Gema estava enferma. O padre Germam que não queria que morresse ainda, lhe ordenou que sarasse.

Jesus a curou mas lhe disse: "escreve a teu padre que será por pouco tempo ".

Gema já havia voltado a adoecer. Chegando o padre Germam, se sentou junto a ela e se produiu este diálogo:

-"Mas... o que é o que fazemos, Gema?"

-" Padre !", respondeu Gema cheia de alegria, "Me vou com Jesus.

Me tem dito claramente. Ao céu, padre, ao céu com Jesus !".

-" E os pecados cometidos quando se vão pagar?"

-" Me tem dito Jesus que me enviará sofrimentos para purificar me...

Me aplicará os méritos de sua Paixão...e me levará com Ele ao Paraíso".

Essa mesma tarde o padre Germam escutou sua confissão e chorando dizia que Gema havia mantido intacta sua inocência batismal.

Ao seguinte dia lhe administrou a unção.

O padre Germam tinha urgencia de voltar a Roma e perguntou a Gema: " quanto durará isto?...Gema lhe respondeu:

"Esta enfermidade será a última, mas me disse Jesus que ainda não tem chegado minha hora".

Continua o padre German: "Pela última vez bendisse aquele anjo da terra, ao que não havia de ver mais, e me retirei".

Tinha que retirar se, pois Jesus havia dito a Gema que o demônio seria quem daria a última mão a sua virtude e..., estando ele próximo, o demônio não teria se atrevido a fazer-lhe nada.

Mas..., tão logo como o padre Germam se foi, não reconheceu limites em sua bestialidade durante sete largos meses.

Perturbava sua imaginação com horríveis fantasmas com a finalidade de produzir lhe estados de ansidade, tristeza, amargura e temor, que a induziram ao desespero.

Lhe dizia muitas vezes: "ai tens o que tem conseguido com tuas fatigas no serviço de Deus "; e lhe apresentava tais figuras contra a pureza, que escreveu ao padre German:

"Padre meu, pede a Jesus que me troque esta cruz por qualquer outra.

Faça desde já os exorcismos para que este perverso se vá, ou mande a seu anjo para que o afugente".

Vendo que com tentações não podia vencê-la, começou a maltratá-la com os golpes mais brutais e em forma de animais ferozes, que ameaçavam despedaça-la.

Dirige-se então a Maria Santíssima, lhe dizendo: "Mãe minha; me encontro sob o poder do demônio que quer arrancar me das mãos de Jesus.

Rogai por mim. Viva Jesus!".

Jesus e Maria, compacidos ao ver como lutava, lhe enviaram a São Paulo da Cruz e a São Gabriel para animá-la.

O mesmo Jesus lhe disse: "filha minha; humilha-te abaixo de minha mão poderosa e luta, que tua luta te conduzirá a vitória".

Escreve ao padre German: "Você sempre me recomenda paz.

Graças a Deus a tenho sempre, ainda que a vezes no exterior pareça séria, e terei maior ainda, quando se converta meu pecador".

Este pecador ao que se refere a santa, era um sacerdote que havia deixado o sacerdócio fazia já doze anos e dava muito escándalo com sua vida, fazendo que muitos se perdessem.

Santa Gema vendo que os sacrifícios que oferecia não eram suficientes, pediu permissão a seu diretor, para oferecer ao Senhor a metade de sua vida por sua conversão; o padre disse que sim e Jesus aceitou a troca.

Este sacerdote se converteria dois dias antes de Gema morrer, dando a ela uma grande alegria, exatamente no prazo que ela havia oferecido ao Senhor.

Passados os doze anos que aquele sacerdote andava decaido; doze anos e meio é a metade da vida de Santa Gema que morreria em seus 25 anos).

Paralelo com a Paixão de Cristo

Crendo os médicos que a enfermidade era contagiosa, tiraram Gema da casa Giannini e a levaram a um apartamento, continuo a casa, que sua tia Elisa havia alugado.

Este era outro designio de Deus para assemelha-la a Cristo, que morreu fora da cidade como "vítima oficial" pelos pecadores.

Gema havia pedido a Jesus para morrer crucificada com Ele, e crucificada morreria.

Como as dez da manhã dona Cecilia pensava retirar se um pouco e Gema lhe disse: "Não me deixes, mamãe, enquanto não esteja cravada na cruz, pois Jesus me tem dito que tenho que morrer crucificada como Ele.

Momentos depois entrou em extase profundo, extendeu um pouco seus braços e, nesta posição permaneceu até meio dia.

Seu semblante era mescla de amor e dor, de calma e desolação...

Agonizava, como Jesus na Cruz! Os presentes a contemplavam atônitos.

Era Sexta-Feira Santa, 10 de abril de 1903.

As oito da manhã do sábado, se lhe administrou a Extrema unção (hoje em dia se chama Unção dos Enfermos), a cujo rito sagrado respondeu com pleno conhecimento.

A dona Cecilia que lhe falou do padre Germam lhe ouviu dizer:

"Já ofereci a Deus o sacrifício de tudo e de todos, para preparar-me a morrer ".

Tomou então o crucifixo nas mãos e exclamou: "Jesus !...

Em tuas mãos encomendo minha pobre alma!"; e voltando-se a imagem de Maria, continou: " mamãe minha !, recomenda a Jesus minha pobre alma...Diga que tenha misericórdia de mim".

De repente todo sinal de agonia desapareceu, e uma sorriso de céu se desenhou em seus lábios.

Duas lágrimas correram de seus olhos.O pároco, que estava presente exclamou: "Jamais tive presenciado morte semelhante".

E ele mesmo pos sobre o peito de Gema o escudo Passionista que levou ao sepulcro.

Morre Santa Gema a 1:45 p.m. do Sábado Santo, 11 de abril de 1903.

A profecia de Santa Gema se cumpriu.

Os Passionistas a evitaram em vida, mas depois de sua morte a tomaram para si.

O Senhor que havia acrisolado seu coração com o sofrimento, também havia pedido dela o sacrifício de não entrar em nenhuma ordem religiosa e ela o aceitou e o ofereceu ao Senhor, como tudo o mais.

Com uma lançada se abriu o peito; ao ponto de brotar sangue e água:

Era necessária uma prova irrefutável que revelara as intimidades do coração daquela criatura que havia amado ardentemente a Jesus.

A prova se teve quando ao fim, e Deus sabe com que sacrifícios, chegou o padre Germam a Lucca.

Já haviam passado 14 dias da morte de Santa Gema.

O padre desejava voltar a ver aquele rosto cheio de doçura.

Mas queria sobre tudo verificar os mistérios daquele coração virginal cujos segredos em vida ninguém melhor que ele havia conhecido...

No dia 24 de abril se procedeu a exumação.

Se abriu o corpo e se extraiu o coração, que apareceu fresco, flexivel e umidecido de sangue, igual que se estivesse vivo.

Os especialistas que praticavam a autopsia ficaram maravilhados.

Estava bastante achatado e dilatado por ambos os lados, parecendo como baixo que alto.

Ao abri-lo fluiu em seguida o sangue, banhando o mármore onde se realizava a intervenção".

Aquela que em muitas ocasiões havia pedido ao Senhor que lhe aumentasse o coração para poder ama-lo mais, recebeu esta graça que tanto pedia.

Seu coração se conserva no convento Passionista de Madri.

O padre Germam escreveu sua biografia e a devoção a Santa Gema começou a extender se de maneira prodigiosa, não só na Itália, mas em muitos países do mundo.

Sem dúvida o Senhor quis dá-la a conhecer como um meio de ajudar-nos a todos a compreender o que é a santidade e nos animando a consegui-la.

Sua intercessão não se fez esperar e muitos começaram a receber grandes milagres e graças por meio da Santa.

O maior deles é o desejo de santidade que meditar sua vida as almas.

Santa Gema Galgani, rogai por nós !



"Sempre mantém-vos unido a Santa Igreja Católica, porque somente ela pode salvar-vos, porque somente ela possui a Jesus Sacramentado, que é o verdadeiro Príncipe da Paz. Fora da Igreja Católica, não há salvação, ela vos dá o batismo, o perdão dos pecados, o Corpo, o Sangue, a Alma, e a Divindade de Jesus Cristo, concedendo-vos por tanto a vida eterna; e todos os santos sacramentos para levar uma vida de santidade." Santo Pio de Pietrelcina.